Não podemos. Não devemos. A sabedoria e a experiência não transformam o homem. O tempo não transforma o homem. A única coisa que nos transforma é o amor.



Paulo Coelho.
O otimismo é contagiante, afirma ele.
Se fosse assim, bastaria ir até a pessoa amada com um sorriso imenso, cheia de planos e ideias, e saber como apresentar o pacote. Funciona? Não. Contagiante mesmo é o medo, o constante pavor de nunca encontrar alguém que nos acompanhe até o fim de nossos dias. E em nome desse medo somos capazes de fazer qualquer coisa, aceitar a pessoas errada e nos convencer de que ela é a certa, a única, a que Deus pôs em nosso caminho. 


Adultério - Paulo Coelho.
- Quando se ama, é preciso estar preparado para tudo. Porque o amor é como um caleidoscópio, do tipo que usávamos para brincar quando crianças. Está em constante movimento e nunca se repete. Quem não entende isso está condenado a sofrer por algo que só existe para nos fazer felizes.


Adultério - Paulo Coelho.
- Era uma vez uma linda princesa, admirada por todos, mas que ninguém ousava pedir em casamento. Desesperado, o rei consultou o deus Apolo. Ele lhe disse que Psiquê deveria ser deixada sozinha, vestida de luto, no alto de uma montanha. Antes que o dia raiasse, uma serpente viria a seu encontro para desposá-la. O rei obedeceu. A princesa esperou a noite toda, morrendo de medo e de frio, a chegada de seu marido. Por fim adormeceu. Ao despertar, viu-se em um lindo palácio, coroada rainha. Todas as noites o marido vinha a seu encontro e eles faziam amor. No entanto ele lhe impusera uma única condição: Psiquê poderia ter tudo o que desejasse, mas deveria confiar plenamente nele e jamais poderia ver seu rosto.
- A moça viveu feliz por muito tempo. Tinha conforto, carinho, alegria e era apaixonada pelo homem que a visitava todas as noites. Entretanto, vez por outra tinha medo de estar casada com uma serpente horrorosa. Certa madrugada, enquanto o marido dormia, ela acendeu uma lanterna. Então viu Eros deitado ao seu lado, um homem de incrível beleza. A luz o despertou. Ao ver que a mulher que amava não era capaz de cumprir seu único desejo, Eros desapareceu. Desesperada para ter seu amor de volta, Psiquê se submeteu a uma série de tarefas que Afrodite, mãe de Eros, lhe impôs. Nem é preciso dizer que a sogra morria de ciúmes da beleza da nora e fez de tudo para atrapalhar a reconciliação do casal. Em uma dessas tarefas, Psiquê acabou abrindo uma caixa que a fez cair num sono profundo.
- Eros também estava apaixonado e se arrependera por não ter sido mais tolerante com sua mulher. Conseguiu entrar no castelo e despertá-la com a ponta de sua flecha. "Quase morreste por causa de tua curiosidade", disse ele. "Buscavas encontrar segurança no conhecimento e destruíste nosso relacionamento." Mas no amor, nada é destruído para sempre. Imbuídos desta certeza, os dois recorreram a Zeus, o deus dos deuses, implorando que sua união jamais pudesse ser desfeita. Zeus advogou com empenho pela causa dos amantes e usou bons argumentos e ameaças, até conseguir a concordância de Afrodite. A partir desse dia, Psiquê (nossa parte inconsciente, porém lógica) e Eros (o amor) ficaram juntos para sempre.
- Quem não aceitar isso e procurar sempre uma explicação para as mágicas e misteriosas relações humanas, perderá o que a vida tem de melhor.



Adultério - Paulo Coelho.
Falaremos de melancolia e ele dirá que é uma palavra triste. Direi que não, que é nostálgica, trata de algo esquecido e frágil, como somos todos quando fingimos não ver o caminho para o qual a vida nos conduziu sem nos pedir permissão, quando negamos nosso destino porque ele nos leva em direção à felicidade e tudo o que queremos mesmo é segurança.


Adultério - Paulo Coelho
E eu acredito que, apesar de todo sofrimento, de toda saudade, nenhuma entrega ao que é verdadeiro é burrice.


Marisa Aziliero.
Então me dou conta de que palavras como "otimismo" e "esperança", que lemos em todos os livros que tentam nos deixar seguros e preparados para a vida, não passam disto: palavras.

Adultério - Paulo Coelho
(...) Imagino que algumas pessoas passam anos deixando a pressão crescer dentro delas, sem nem ao menos notarem, e um belo dia qualquer bobagem faz com que percam a cabeça.
Então dizem: "Chega. Não quero mais isso."
Algumas se matam. Outras se divorciam. Há aquelas que vão para as áreas pobres da África tentar salvar o mundo.
Mas eu me conheço. Sei que minha única reação será sufocar o que sinto, até que um câncer me corroa por dentro. Porque acredito mesmo que grande parte das doenças seja resultado de emoções reprimidas.


Adultério - Paulo Coelho.
É melhor não viver do que não amar.
E eu senti tanto a sua falta hoje... Mais do que nos outros dias....
É porque hoje eu estou em um daqueles dias em que o mundo é insuportável e que tudo me faz chorar ou ficar com raiva, e só você conseguia me fazer bem nesses dias.
Hoje, senti falta do seu abraço, do seu carinho, da sua atenção... Senti falta de nós, de como as coisas eram, de como tudo sempre foi.
Senti falta de você implicando comigo, e fazendo de tudo pra me irritar e me deixar com raiva, mas também de você fazendo de tudo pra me fazer sorrir... e droga!! Você sempre conseguiu me fazer sorrir.
Simples, pequeno, mas um sorriso sincero, aquele que só você consegue arrancar.

Hoje eu senti falta de tudo que era, que foi, que poderia ser... senti tanto falta de você.


Marisa Aziliero.
- Como você definiria amor?
(...)
- Como você definiria?
O rosto dele abrandou, seus olhos brilharam.
- É quando você vê a pessoa inteira, suas forças e fragilidades, e ama tudo. É alguém em quem você pode confiar, mas que é sempre capaz de surpreendê-lo.
Assenti lentamente, enquanto ele prosseguia.
- É quando você olha para um rosto e sabe que é aquela pessoa que você quer ver toda noite, e toda manhã, pelo resto da sua vida. Com quem você quer ter filhos, passar pela experiência de criá-los, passar por tudo que a vida joga em sua direção. Com as lágrimas e o riso e, acima de tudo, amor.
As palavras dele trouxeram lágrimas aos meus olhos.
- Kat?
- Sim. - Funguei. - É isso, sim.


De repente, o amor.
"No entanto, pra dizer a verdade hoje em dia a razão e o amor quase não andam juntos."
“Pela primeira vez a realidade falou mais alto que a fantasia. Pela primeira vez a realidade da sua ausência falou mais alto que a fantasia de anos a sua espera. Sofri pra caralho, como diz por aí quem sofre pra caralho. Mais do que livros cabeças, músicas bacanas, frases inteligentes, lugares descolados ou posições sexuais, você me ensinou o que realmente importa aprender nessa vida: que a vida pode ser uma grande, imensa e gigantesca merda. É, ela pode ser. E que não existe porra de príncipe porra nenhuma. Que nem ninguém e nem nada pode te levar para longe de nada. É isso e pronto. E é assim pra todo mundo. E pronto.”
Já que não tenho coragem de assumir a minha loucura, queria que ao menos algum canto do mundo me acolhesse. E me abraçasse e dissesse que tudo bem, tudo bem de vez em quando eu perder assim a razão ou o equilíbrio. Eu queria que existisse um canto do mundo que nunca me dissesse “ei, você se expõe demais” e que me deixasse ser assim e apenas me deixasse ficar quietinha e quente quando o mundo resolvesse me magoar porque sou briguenta, mas sou mais sensível que maria-mole em frigideira. Eu queria ir para um planeta onde não existisse tempo de beijar e tempo de pirar. E eu pudesse ir agora ao seu mundo e te beijar até enjoar de você. E eu pudesse, de repente, gritar bem alto porque me irritam esses milhares de sons tecnológicos que você faz. Para mostrar que meio mundo te procura enquanto eu não posso te procurar porque a cartilha da vovó que casou dizia que a mulher nunca pode procurar o homem se não quiser ser usada por ele. Eu queria mandar pra puta-que-pariu a cartilha da vovó. E queria tirar essa voz do meu pai da minha cabeça, dizendo “minha filha, homem não gosta dessas coisas". Eu sei que sou exatamente o que 98% dos homens não gostam ou não sabem gostar. Eu falo o que penso, abro as portas da minha casa, da minha vida, da minha alma. Basta eu ver o sinal de luz recíproca no final do túnel que eu mando minhas zilhões de luzes e cego todo mundo. Sou demais, tanto que ninguém aguenta. Ninguém entende nada. E eles adoram uma sonsa. Adoram. Mas dane-se. Um dia, um louco, direto do planeta dos 2% de homens, aparece. E que se dane a natureza gritando no meu ouvido que não posso ser assim. Que boa fêmea sabe esperar nove meses, portanto deve saber esperar uma ligação ou um sinal de "pode avançar no joguinho". Eu não sei esperar nada. E a natureza gritando no meu ouvido então, já que sou birrenta, vou ficar sem nada mesmo. Porque é preciso saber viver. Atiram a gente nesse mundo, nosso coração sente um monte de coisa desordenada, nosso cérebro pensa um monte de absurdo. E a gente ainda precisa ser super equilibrada para ganhar alguma coisa da vida. Como se só por estar aqui, aturando tanta maluquice, a gente já não devesse ganhar aí um desconto para também ser louco de vez em quando. Quem é essa natureza maluca, quem é esse mundo maluco? Quem são esses doidos que exigem tanta certeza e tanta “finesse” e tanta postura da gente? E eu queria te beijar até enjoar. Porque eu só sei curar uma vontade de me entorpecer de alguém quando sugo a pessoa até a última gota. O problema é que nesse mundo sem graça com celulares que apitam, mensagens no MSN que apitam e policiais mentais que apitam "ei, segura a onda, não deixe ele perceber que pode comandar até a última seu coração", ninguém mais sabe nem sugar e nem ser sugado até a última gota. Fica uma droga de um joguinho superficial de trocas superficiais. E ai de quem resolva sair disso. Vai ser tachado de louco de pedra. Maluco. E as meninas sonsas se dando bem, e eu dormindo abraçada com o travesseiro. Já que não tenho coragem de assumir a minha loucura queria que ao menos algum canto do mundo me acolhesse. E me abraçasse e dissesse que tudo bem, tudo bem de vez em quando eu perder assim a razão ou o equilíbrio. E repetir, repetir e repetir o erro. E jurar que da próxima vez eu serei normal. E jurar que da próxima vez eu obedecerei á natureza, ao meu pai, à cartilha da vovó ou às meninas sonsas. E virar a rainha dos 98% dos homens que não sabem o que fazer com uma pessoa que nem eu. E depois chutar todos eles porque no fundo to pouco me fudendo pra essa maioria de idiotas. Pode até ser meio solitário nadar contra a maré, mas como é gostoso olhar a multidão do outro lado e enxergar todo mundo pequeninho.

Tati B.
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